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David Bowie, “Let’s Dance” Demotapes Originais

David Bowie, “Let’s Dance” Demotapes Originais

Redacção

“Let’s Dance” foi um dos singles de maior sucesso comercial de David Bowie, chegando a número um em ambos os lados do Atlântico. O tema que reavivou o hype em torno do Camaleão foi trabalhado por dois dos maiores vultos da guitarra eléctrica.

David Bowie editou a faixa “Let’s Dance” em 1983, no entanto, as gravações iniciais aconteceram em 1982 com Nile Rodgers, e a demo dessa sessão está agora disponível. O músico deslocou-se até aos aposentos de Bowie, na Suiça, para trabalhar em alguns temas novos e, satisfeitos com os resultados, os dois decidiram gravar as músicas imediatamente e enviar o trabalho em formato cru para ser complementado por uma banda nos Mountain Studios, em Montreux.

Rodgers considerou esta experiência com uma dos momentos mais altos da sua carreira «Eu fui abençoado com uma carreira maravilhosa, mas a minha parceria criativa com o David Bowie está muito, muito, muito em cima na minha lista de colaborações mais satisfatórias e importantes.». A demo foi misturada pelo próprio, pouco tempo antes do Natal de 2017, o que resultou num sentimento de saudade e nostalgia «O tempo que gastamos a misturar a faixa mesmo antes do Natal foi repleto de lágrimas porque sentimos que o David estava no quarto connosco. Feliz Aniversário David, eu amo-te e sentimos todos a tua falta!».

Nile Rodgers assumiu guitarras, arranjos e produção do tema. O baterista foi outro dos grandes nomes atrás dos kits, Omar Hakim.

A demo e o remaster do tema com a assinatura de Rodgers foram editados para celebrar o que seria o 71º aniversário de David Bowie (dia 8 de Janeiro de 2018). O remaster possui o acréscimo de algumas secções, nomeadamente de metais e sopros. A demo, naturalmente, é uma versão  mais crua que a do disco, ainda sem os solos de Stevie Ray Vaughan, que acabaria por gravar guitarras no álbum. O irascível bluesman passara pelo Montreux Jazz Festival, em 1982, num concerto que se tornou infame para os Double Trouble.

A história começa com o produtor Jerry Wexler a recomendar Vaughan e a sua banda para tocar no Montreux Jazz Festival, impressionado depois de os ver a tocar em Austin, Texas. A banda, que ainda nem sequer tinha nada gravado, e pouco ou nada era conhecida fora do Texas, foi marcada para uma noite acústica, onde a esperava um público com os ouvidos pouco preparados para a pujança da música de Stevie Ray. O que, em pouca medida, pode explicar os apupos que se ouvem nos interregnos das músicas que se escutam nos registos que existem desse concerto.

No entanto, no meio deste desconsolo, algo de bom resultaria dali. Ainda em Montreux, os Double Trouble tinham sido agendados para tocar num casino, onde tudo se alinhou positivamente. David Bowie tinha assistido ao concerto em Montreux, e foi falar com Vaughan impressionado com a sua técnica e feeling, para que este se juntasse às sessões ali realizadas para o álbum.