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Indie Music Fest: Perguntas & Respostas aos artistas

Indie Music Fest: Perguntas & Respostas aos artistas

António Maurício

Só portugueses no festival? Surpresas nas performances? O Bosque do Choupal é mesmo mágico?

Depois dos artistas do Indie Music Fest partilharem quais as suas preferências no cartaz do festival, o dialogo continua com perguntas que passam pelas suas próprias performances, pelo ambiente e alinhamento português e pela localização em si. Três perguntas que fizeram correr muita tinta e que apresentam a própria visão dos artistas sobre o festival.

AS: O que é que podemos esperar da vossa performance no Indie? Alguma surpresa?

Indian Rubber: Vamos apresentar o nosso mais recente trabalho, “pelsúun” entre outras musicas. Estamos muito entusiasmados por tocar num festival de verão pela primeira vez.

George Marvinson: Podem esperar que eu toque muitas músicas que ninguém conhece minhas e não só, podem esperar ouvir o meu primeiro concerto com banda e não sozinho em palco como tenho feito até agora, podem esperar muitas coisas na verdade. É um projeto novo então acaba por ser tudo uma surpresa até para mim.

Lucky Who: Podem esperar um set especial pelo carinho que temos pelo Indie. Vamos experimentar coisas novas e levamos a carrinha bem carregada de entusiasmo. Mas surpresas são exatamente isso, surpresas!

The Lazy Faithful: Nudez parcial… e música.

Twin Transistors: Encaramos qualquer concerto com a mesma identidade e personalidade quer seja na festa da aldeia ou no rock in rio. Fazemos o que gostamos e queremos que o público sinta o mesmo que sentimos e que aprecie tanto como nós. Por isso, apareçam!

Pãodemónio: Além de tocarmos os temas do primeiro disco que arrebataram o público em 2014, vamos estrear repertório do novo disco, a ser editado em breve! A nova música que estamos a desenvolver é mais rica, mais intensa, mais cinematográfica!… estamos a explorar mais territórios da improvisação e composição colectiva e mal podemos esperar para dar a conhecer aos indies as surpresas sonoras que engendrámos para este concerto!

FOQUEPara o concerto do Indie podem esperar um concerto cheio de surpresas, com convidados e com o F O Q U E (Live) como nunca foi visto!

Heavy Cross of Flowers: O que podem esperar dos HCF será boa disposição, riffs suculentos e pegajosos que se vão colar como lapas na memória dos festivaleiros, mudanças de direcção bruscas, alguma loucura, sal e pimenta. Quanto a surpresas, não haverá nenhuma em especial, somos pessoas simples e humildes, queremos é tocar e divertirmos-nos com o pessoal. Sem rodeios.

Los Luchos: O facto de estarmos a apresentar o nosso EP de estreia num formato diferente do usado em estúdio. Será uma versão mais despida e acolhedora das nossas músicas.

Paraguaii: O que  pretendemos é dar um bom concerto, queremos animar o público com a nossa sonoridade dançante / espacial que advém do disco recente editado em Março “Dream About The Things You Never Do”, mas iremos também tocar temas antigos do nosso E.P. e do disco “Scope”, antigos salvo seja, tudo foi feito depois de 2015. Abanar a anca será o lema.

The Miami Flu: Podem esperar a energia habitual e as nossas jams imprevisíveis. Será um concerto mais curto que o habitual infelizmente, temos outro concerto no mesmo dia noutro festival (Gliding Barnacles).

Flying Cages: Este novo disco, ‘Woolgather’, é interessante ao vivo porque a dinâmica é mais acentuada em palco. No alinhamento também vamos ter temas anteriores e claro, os dois singles deste último disco – ‘Your Friends’ e ‘New Shape’. 

Manuel Fúria: Um concerto com uma banda em forma, interpretando bonitas canções.

Toulouse: Vamos apresentar-nos como no concerto de Paredes de Coura. Novas abordagens nalgumas músicas do Yuhng, algum material novo e uma enorme vontade de fazer a festa ao nosso estilo.

AS: Qual é a vossa opinião sobre um festival como o Indie Music Fest, completamente composto por músicos portugueses, a maioria ainda a começar?

Indian Rubber: É vantajoso para os artistas e para o público, pois dá a conhecer novos projetos portugueses.

George Marvinson: No ano passado toquei no Indie Music Fest com Savanna e fiquei com uma ótima ideia do festival. O público está lá para curtir a música o que não acontece em todo o lado. A selecção de bandas é a melhor que poderia haver, está tudo certo! Estamos fartos de saber que há muitos portugueses a fazer boa música. O facto de o indie ser composto por músicos portugueses é o que mais faz sentido tendo em conta que há tanta música para mostrar.

Lucky Who: É algo de louvar. A nova música portuguesa tem estado a atravessar uma fase brilhante, com dezenas de bandas e artistas a dar cartas cá dentro e lá fora. E o Indie sabe disso e tem, inclusive, contribuído para esta boa fase ao estimular e abrir portas aos novos criadores.

The Lazy Faithful: É cada vez mais uma tendência dos nossos festivais e ainda bem que o caminho é esse, significa que temos imensa qualidade em Portugal, é como diz o Pingo Doce: “compre o que é nosso!”

Twin Transistors: Cada vez mais o público está ciente que as bandas portuguesas tem muito valor, sempre tiveram. Por isso, é bom haver festivais que apostam e dão espaço às bandas que andam por aí e às que estão a surgir.

Pãodemónio: Para mim a relevância deste festival está em dois aspectos basilares: a escolha dos artistas e a forma como são tratados. Parecem factores que não se relacionam com a experiência do público (que é, digo já, fantástica!) mas a grande verdade é que fazem toda a diferença! Quando tens a sensibilidade artística para escolher projectos com músicos realmente bons e depois lhes dás as melhores condições durante a sua presença e actuação no festival, estás a criar a receita ideal para concertos inesquecíveis, quer para as bandas, quer para o público! Pelo menos é essa a experiência que tive sempre que actuei no Indie, e creio que a maioria dos indies irá corroborar!

FOQUE: Acho que a cima de tudo há lugar para todo o tipo de festivais e o Indie ocupa, com mérito, o lugar de festival totalmente nacional!

Heavy Cross of Flowers: É uma excelente iniciativa e de salutar. Impulsiona bandas e músicos portugueses, dá-lhes(nos) bons palcos, com muita exposição, com muito público para podermos mostrar a nossa música e chegar ao pessoal, o que é obviamente óptimo. Principalmente no caso de bandas recentes e em ascensão, como é o nosso caso. Já estivemos várias vezes no Indie, como festivaleiros, e sabemos bem qual é a impressão que fica nas pessoas e o quão bom é para uma banda passar por um festival deste formato, nomeadamente o Indie.

Los Luchos: Estamos em crer que há um bom punhado de bandas e ideias musicais que pululam pelo nosso Portugal, bem como pessoas para consumir o resultado dessas mesmas ideias. Estamos numa época em que o paradigma da indústria musical mudou por completo em relação a tempos anteriores. É de facto importante existirem promotores que apostem em eventos como o Indie Music Fest.

Paraguaii: É sempre importante poder dar destaque as bandas Portuguesas tendo um line up apenas nacional, já é difícil chegar a um festival grande e ver as bandas emergentes e não só a tocarem no palco mais pequeno e a horas miseráveis. Falamos dos festivais grandes. Por isso este tipo de iniciativa acho que só é benéfica para as bandas e a cena nacional e também para o público poder ver um leque vasto de nomes portugueses e entender o melhor se faz por cá.

Flying Cages: É ótimo ver que quando o ambiente é criado (e com um preço super acessível) o público existe e se interessa em acompanhar as bandas emergentes da música feita cá.

The Miami Flu: Apostar na música Portuguesa e nos “nossos” é sempre uma boa escolha.

Manuel Fúria: Achamos que é justo que isso aconteça. Existe música boa feita em Portugal e é fundamental a sua presença, num circuito regular deste género. Viva Indie! 

Toulouse: É um festival importante. As bandas têm neste festival espaço para se mostrarem a um grande público que cria uma atmosfera incrível e o público tem oportunidade de ver, concentrados, muitos nomes emergentes da música nacional.

 

VÊ AQUI O ROTEIRO DOS MÚSICOS PARA ESTA EDIÇÃO DO IMF.

AS: Por outro lado, o que acham do festival se realizar no Bosque do Choupal e não num local mais urbano? Acreditam que o Bosque é mágico?

Indian Rubber: Esperamos que sim :)

George Marvinson: Da cidade já estou eu farto.. Uns dias passados no bosque para quem respira poluição citadina todos os dias hão de ter alguma magia.

Lucky Who: O contexto é o grande responsável pela diferença entre um bom concerto e um concerto incrível. Ora, com um espaço natural como o do Bosque do Choupal tudo se alinha para que aconteçam noites mágicas. E se alguém está ainda céptico quanto a acreditar em magia… é ir!

The Lazy Faithful: A nossa história com o Indie Music Fest é longa, tivemos o privilégio de tocar no Bosque encantado em 2013 e a partir desse concerto ficámos fãs do festival e das pessoas que por lá passam, é um espírito diferente do que em outros festivais. A magia está de alguma forma inerente ao bosque mas é reforçada pelos festivaleiros!

Twin Transistors: Achamos que é o sítio ideal para um grande noite e assim esperamos que seja! Quanto à magia, logo veremos o que acontece no bosque!

Pãodemónio: O Bosque do Choupal é obviamente um lugar muito especial e dá ao Indie Music Fest uma cenografia natural única que não só tem todo o interesse estético mas também proporciona uma experiência mais ligada à natureza, ou seja, à ideia de passar o tempo calmamente, apreciando as vistas e os sons com um espírito tranquilo e de disponibilidade.

FOQUE: Sendo esta a minha terceira ida ao Indie, posso confirmar com confiança nas fontes, que o Bosque é mágico e o Indie não poderia ser realizado em mais nenhum sítio!

Heavy Cross of Flowers: O facto de o festival ser realizado num local com as características do Bosque do Choupal, sem dúvida é o mais acertado a fazer. Para além da música e do convívio com os amigos, esse aspecto de os festivais fazerem as pessoas saírem do conforto das suas casinhas é fundamental. Acampar é incrível. É algo que todos deveríamos fazer, ligarmos-nos um pouco mais à natureza. Viver de forma simples e com pouco durante uns dias. Para além disso, a música está intimamente ligada à natureza e o Bosque do Choupal é um local lindo. Quanto ao Bosque ser mágico, estamos completamente de acordo. Há relatos de vários indivíduos que afirmam que assim que entraram no Bosque sentiram delírios, alucinações, alterações de personalidade e uma vontade enorme de pôr o seu animal interior cá fora… algo quase como um estado de euforia/embriaguez positivo-enebriante. Estamos a brincar.

Los Luchos: Estar no meio da natureza é por si só inspirador. Gostamos do ambiente bucólico, distante da agitação urbana. Agrada-nos um lugar com personalidade.

Paraguaii: Nós nunca fomos na verdade ao Bosque, mas só pelo nome e pelo facto de haver hipótese de haver magia vamos plenamente confiantes que sim, há magia.

The Miami Flu:  Preferimos sempre festivais deslocados o mais possível da civilização, daí que o Bosque do Choupal nos pareça o sítio ideal para realizar um festival.

Flying Cages: A nossa sonoridade combina bem com uma noite no bosque, e esperemos que o concerto proporcione as condições para a apoteose da magia do local. Já nos foi recomendado por outras bandas com as quais nos damos e que passaram pelo Indie Music Fest em edições anteriores. 

Manuel Fúria: Qualquer desculpa para abandonarmos o espaço urbano é uma boa desculpa e quando o destino é o Bosque do Choupal, mais contentes ficamos; e como somos chestertonianos de primeira apanha alinhamos em tudo o que tenha a ver com magia e contos de fadas. Vai ser perfeito.

Toulouse: Não sabemos se o bosque é mágico mas sabemos que o ambiente no campismo e nos concertos é excelente. Lá sentimos uma aura diferente, em que todos estão sedentos de música e festa.