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JUR: A Hipertextualidade de Holy Nothing

JUR: A Hipertextualidade de Holy Nothing

Redacção

Constituído por oito temas, “Hypertext” sucede ao EP “Boundaries” (2014) e, tal como este, foi misturado e produzido por Rui Maia (Mirror People, X-Wife) – uma escolha mais que óbvia, que tem tudo para resultar. “Hypertext” foi gravado por Rui Lima & Sérgio Martins (aka Ekco Deck) nos estúdios 31 de Janeiro, no Porto.

Criados no final de 2012, os Holy Nothing são Pedro Rodrigues (voz, groovebox), Samuel Gonçalves (baixo, guitarra, drum pad) e Nelson Silva (teclados, drum pad). Praticam uma electrónica dinâmica, enérgica, que reflecte um pouco de todas as influências da música de dança (da chamada old school, da cold wave e do “disco not disco”, do início dos anos 80 até às muitas recentes manobras ressuscitadoras destes géneros), sem nunca prescindir do formato canção.

“Rely On” é uma das músicas que identifica o álbum de estreia, “Hypertext”. É feita de múltiplos “links”, múltiplas entradas e referências, unificadas por uma estética electrónica composta de ritmos quentes. O seu vídeo, que pode ser visto em baixo, foi realizado pelo chileno Joaquin Mora, é construído a partir da cor, onde as imagens não são o mais importante. As imagens, nunca muito claras, são apenas um suporte para a apresentação de uma paleta, de uma variação cromática, que reflecte a multiplicidade de elementos que compõem a música.

A nossa noite vai apresentar um panorama amplo dentro da electrónica mais interessante que se faz pelo mundo fora, desde Brooklyn, passando pelo Equador, até às Canárias. Vai ser uma viagem incrível.

O que podemos esperar do vosso concerto no Jameson Urban Routes?
Este concerto será a primeira apresentação do nosso primeiro álbum – “Hypertext” – o que, por si só, nos leva a trazer um conjunto de novos temas prontos a estrear em palco. A própria produção do concerto foi pensada, exclusivamente, para este novo rol de espectáculos. Mantemos o nosso concerto audiovisual, mas com um conjunto completamente novo de desenho de luz, feito pelo Rui Monteiro, e de projecções de vídeo, criadas pela dupla Bruno Albuquerque e João Pessegueiro. O nosso “live setup” também funciona, agora, mais como uma engrenagem interligada por um conjunto maior de instrumentos analógicos, muito mais predispostos ao erro, o que imprime uma adrenalina muito maior ao espectáculo.

Para quem ainda está indeciso se deve ir ou não assistir ao vosso concerto, que argumento(s) utilizariam para os convencer a irem até ao Musicbox?
Se conseguirem ter um décimo da diversão que temos em palco, a tocar o nosso “Hypertext”, vão com certeza viver um dos momentos mais entusiasmantes da vossas vidas! Agora a sério, a nossa noite vai apresentar um panorama amplo dentro da electrónica mais interessante que se faz pelo mundo fora, desde Brooklyn, passando pelo Equador, até às Canárias. Vai ser uma viagem incrível.

Para além do vosso, que outros concertos do JUR aconselham o público a assistir?
Estamos muito curiosos com a surpresa de última hora, Telepathe. Como será a energia destas duas miúdas em palco, regressadas de tão longo hiato?! El Guincho, sempre enérgico, também nos parece trazer um bom novo disco na algibeira e por fim, o inevitável techno denso e obscuro de Andy Stott. Vai ser imersivo….

Se fossem vocês os curadores do JUR, que bandas proponham para a edição de 2016?
Uma vez que isso implica que os membros dessas bandas estejam vivos, os Joy Division estão fora de questão. Assim sendo, propomos Sinkane, um dos nomes mais frescos da DFA que electrónica e música negra de uma forma única; Micachu, que nos mostra que a música pode ser pop e experimental ao mesmo tempo; e terminávamos a noite com uma espécie de batalha ou desgarrada entre os Ekco Deck e o Gabe Gurnsey dos Factory Floor.

Falando em 2016, quais são as perspectivas de futuro para o vosso projecto?
No imediato queremos apresentar o novo álbum ao maior número de público possível. Estamos muito entusiasmados com as últimas coisas que fizemos e por isso queremos mostrá-las. Quanto aos próximos passos, sinceramente é algo que não nos preocupa. Pretendemos manter a postura que tivemos até agora: fazer por diversão e deixar que os resultados surjam naturalmente. Funciona! Só há um objetivo claro: que os próximos concertos, independentemente do local ou da dimensão, continuem a ser tão efusivos como têm sido os últimos.

Os Holy Nothing actuam no dia 23 de Outubro no Musicbox. O Jameson Urban Routes decorre entre os dias 22 e 24 de Outubro e 30 e 31 de Outubro. Os bilhetes diários têm um custo de 14€ e o passe geral 45€. Vê aqui a programação completa.