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Youtube faz-se inimigo das editoras independentes

Youtube faz-se inimigo das editoras independentes

Timóteo Azevedo

O YouTube terá celebrado acordos que beneficiam as três grandes editoras mundiais (Universal, Sony e Warner), e oferecendo depois condições muito menos favoráveis a várias editoras independentes.

O YouTube terá levado a cabo uma estratégia que a AMAEI (Associação de Música Artistas e Editoras Independentes) apelida de chantagem, nos acordos que mantém com várias editoras independentes. A AMAEI junta-se à causa da WIN (Worldwide Independent Network) para denunciar esta prática do Youtube, que pretende bloquear os conteúdos dos membros que não assinarem os acordos do novo serviço de streaming de música.

O Youtube prepara-se para lançar um novo serviço de streaming de música, e, aparentemente, as condições dos acordos são inegociáveis para as editoras, à excepção das três grandes Universal, Sony e Warner.

De acordo com o comunicado da associação WIN, os contratos oferecidos às editora independentes não têm possibilidade de serem negociados, e são muito desfavoráveis, comparando com práticas de outras plataformas semelhantes como o Spotify, Rdio, Deezer e outros.

A associação encontra-se em diálogo com o Youtube mas ainda nenhum progresso foi feito, tendo pedido ao Youtube para anular os processos de bloqueio que a plataforma pretende levar avante aos membros que não acordaram com o novo contrato. “Queremos que o Youtube reconsidere a sua posição face a esta situação e que trabalhe com o sector da música independente de forma a chegar a um acordo favorável”, diz Nuno Saraiva, vice-presidente da AMEI, acrescentando, “respeitamos e valorizamos aquilo que o Youtube tem para oferecer ao mercado da música digital, e gostávamos que essa apreciação fosse reciproca, de forma que pudéssemos avançar para uma solução que fosse favorável para ambas as partes”

Podemos ler no comunicado da AMEI: “Sem a música independente, o YouTube ficará mais pobre, e surgirá com toda a certeza outra plataforma para partilha de vídeos disposta a apostar no futuro: e o futuro está na música independente.” Associações de 18 países diferentes, onde se incluí a portuguesa AMEI, demonstraram o seu descontentamento com esta prática.