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AS10: Canções sobre Mulheres

AS10: Canções sobre Mulheres

Nero

Se há forma de arte que celebra a Mulher é a música. A história do rock está povoada por canções que falam de mulheres!

Há, literalmente, milhares de canções com o nome de uma mulher. No mundo da pop/rock, as mulheres povoam alguns dos grandes hit singles de sempre. Colocadas num pedestal, louvadas, amadas, odiadas, amigas, sedutoras, lutadoras… Escolhemos 10 temas que imortalizaram mulheres, com os nomes nas canções, mas poderiam fazer-se 10 listas de 10. E mais 10 listas de 10, em que os nomes não surgem no título, mas as canções falam de mulheres ou da Mulher.

Às nossas leitoras, Feliz Dia Internacional da Mulher!

LAYLA // Eric Clapton estava apaixonado pela modelo Pattie Boyd, um amor não correspondido – aliás, a modelo casou com o Beatle George Harrison – e assim surgiu “Layla”. Clapton envolveu-se com a irmã de Pattie, Paula Boyd, de quem se diz ter deixado Clapton após ouvir o tema gravado originalmente no álbum “Layla and Other Assorted Love Songs”, de Derek and the Dominos. Em 1974 Pattie divorciou-se de Harrison e em 1979 deu um final feliz a Clapton. Casaram nesse ano. Pattie Boyd inspiraria “Wonderful Tonight”, e é uma das maiores musas do rock, afinal diz-se que inspirou também “Something” ou “I Need You”, dos Beatles.

ELEANOR RIGBY // A dupla Lenon-McCartney escreveu dezenas de canções com nomes de mulheres e facilmente qualquer uma delas poderia estar nesta selecção. Mas Eleanor Rigby foi diferente, os seus arranjos totalmente em cordas foram algo sem precedentes na história da pop, e mostrava a banda na sua progressão a partir do mundo pop para uma maior profundidade e complexidade musical. “Eleanor Rigby” fala-nos do abandono a que votamos os idosos da nossa sociedade e portanto Eleanor é uma das mulheres mais distintas no mundo da música. Até aqui usavam-se as mulheres para descrever o erotismo, Eleanor alerta-nos para a caridade.

THE WIND CRIES MARY // Kathy Etchingham vivia com Jimi Hendrix. Após uma discussão (as más línguas dizem devido aos parcos dotes culinários de Kathy) Aquela saiu disparada do apartamento. E arrependido, Hendrix ficou a ouvir o vento fazer soar o nome de Kathy, Kathy Mary Etchingham.

MY MICHELLE // Michelle Young era uma amiga da banda e Axl Rose decidiu escrever-lhe um tema. No início “My Michelle” era uma canção quase de amor, mas Axl optou por reescrevê-la de um modo mais biográfico e com o hiper-realismo que caracteriza grande parte de “Appetite For Destruction”. A mãe morta, o pai na indústria do porno e Michelle “agarrada ao cavalo”. Na sua autobiografia, Slash, que era o amigo mais próximo de Michelle dentro da banda, conta-nos que Michelle Young conseguiu endireitar a sua vida e saiu de Los Angeles.

BILLIE JEAN // “Billie Jean” é uma visão algo amarga do género feminino. Mas a vida não são só rosas. Há duas histórias. Uma é a de que uma fã de Michael Jackson, tendo ficado grávida de gémeos, acusava o músico de ser pai de um deles (enquanto o outro era do seu companheiro). Mais tarde, Michael suavizou a carga de Billie Jean, afirmando que se tratava apenas de uma personagem tipo baseada no comportamento de algumas das suas fãs. Antes da censura pela obsessão que alguém pode desenvolver por outra pessoa, o tema fala-nos na capacidade sedutora do sexo feminino.

PROUD MARY // John Fogerty foi o primeiro a cantar sobre Proud Mary, com os Creedence Clearwater Revival. Solomon Burke também usou o tema, tal como dezenas de artistas, mas seria através da voz de Tina Turner que toda a gente saberia a história da orgulhosa protagonista. Uma mulher de armas (bom, há literalistas que dizem ser um barco) que se recusa a baixar a cabeça num mundo retrógrado, em que as mulheres são submetidas à vontade dos homens. Keep rollin’ Mary!

JOLENE // Jolene é uma mulher voluptuosa e sedutora. Uma dona de casa que luta contra um dos maiores inimigos da mulher, outra mulher! A protagonista roga a Jolene que deixe o seu lar em paz, afirmando que uma mulher como Jolene poderá ter os homens que quiser, mas que ela ficará com o coração partido. A Dolly Parton escreveu o tema baseando-se numa situação pela qual passou. Ok, a cantora é uma das maiores drama-queens que existem, mas há que admiti-lo, os homens podem ser do piorio! Jack White sabe-o e daí prestou homenagem à pobre dona de casa.

ISOBEL // A jovem “Isobel” é a personificação da Mãe Natureza, a procurar alertar o mundo para os perigos dum mundo totalmente tecnológico. Björk afirmou ainda que o tema era uma homenagem a uma das suas cantoras favoritas, a brasileira Elis Regina.

MAGGIE MAY // “Maggie” é uma mulher que se envolve com um homem mais novo e dá as voltas à cabeça do jovem rapaz. Rod Stewart afirma que é um tributo ao poder sedutor das mulheres e de como ficou de cabeça à roda com esta mulher sofisticada com quem teve a sua primeira experiência sexual. Ao falar de Maggie, o jovem mostra-se confuso, sente-se usado, mas não consegue deixar de sentir-se fascinado.

JANIE’S GOT A GUN // Com a letra adoçada devido a interesses editoriais, “Janie’s Got a Gun” tem uma mensagem violentíssima que muitas vezes é descurada devido ao sentimento upbeat da música. Janie é uma adolescente que se vinga dos abusos sexuais do seu próprio pai. Ao vivo, Steven Tyler, que afirma ter escrito o tema como apoio às crianças vitimadas pelos próprios progenitores, costuma cantar a versão não censurada do tema.