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AS10 Carlos Paredes, Verdes Anos

AS10 Carlos Paredes, Verdes Anos

Nero

O seu génio extravasou a guitarra portuguesa e o cânone do fado. Escolhemos 10 versões dos sublimes “Verdes Anos” de Carlos Paredes, do fado ao à erudita, passando pelo, jazz, blues e psicadelismo.

Paredes é um dos melhores guitarristas da história da música e um dos seus grandes compositores. Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur Paredes, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, por influência materna estudou também piano e violino.

Em 1957 grava o seu primeiro disco, “Carlos Paredes”. Logo no ano seguinte, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, sendo acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, de qual seria, de facto, militante, sendo libertado no final de 1959.

Uma doença do sistema nervoso central (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de Julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.

Além de “Movimento Perpétuo”, a sua peça mais emblemática e, quiçá, mais “portuguesa” é a “Canção Verdes Anos”, tema originalmente escrito para a banda sonora do filme “Verdes Anos”, de 1963, realizado pelo cineasta Paulo Rocha e uma das pérolas do Novo Cinema português. Foi mais tarde editado no álbum “Guitarra Portuguesa”, 1967, de Carlos Paredes. Com um andamento fatalista, evocativo do estoicismo presente no fado e neste ser português, e uma melodia suave e forte como as teias do destino, a “Canção Verdes Anos” é um estandarte da música e da guitarra portuguesa.

Além das versões do mestre, a sua beleza melódica já foi gravada ou tocada ao vivo por artistas de jazz, música erudita, blues e até Amália, Teresa Paulo Brito ou Dulce Pontes a cantaram, com letra de Pedro Tamén.

Quando eu morrer, morre a guitarra também. O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele. Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer… – Carlos Paredes