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AS10 70 Anos Fender

AS10 70 Anos Fender

Redacção

Foi em 1946 que Clarence Leonidas Fender, em Fullerton, fundou uma empresa para celebrar a Califórnia, o surf, o rock e a guitarra eléctrica.

Ao longo dos 8 anos de Arte Sonora, a Fender tem sido uma presença constante na nossa revista. Uma referência para uma série de artigos, sejam guitarras lendárias como as Strats de Hendrix, Gilmour ou Clapton, a Tele com que Dylanenfureceu o Newport Folk Festival ou o modelo misterioso de Bruce Sprigsteen. Os poderosos baixos Precision e Jazz. O Fender Rhodes. Ou amplificadores titânicos como os ’59 Bassman. Para celebrar os 70 anos da marca, revemos alguns dos produtos favoritos Fender que já testámos. Basicamente, todos os tipos de “Caster” (sim até a Starcaster), Jazzmaster, Jaguar…

Entre tantos formatos e variações de cada um deles, estas foram as guitarras eléctricas da Fender que mais gostámos de testar – a Jaguar de assinatura de Johnny Marr é mesmo uma das melhores guitarras em que já pegámos. Porque guitarras eléctricas precisam de amplificação, apresentamos ainda dois modelos dos últimos anos que mais nos encheram as medidas. Resumindo, 7 décadas, 7 produtos!

fender-blacktop-telecaster

Se desejam o som clássico de uma Telecaster e precisam do power de humbuckers, uma Thinline será aquilo que vão querer, mas se precisam de um som mais escuro e são fãs do design, a Blacktop foi feita para vocês.
A escala com 25.5”, com a largura do nut nas 1.65”, marcada por um raio de 9,5” com 22 trastos médio/jumbo, também é bastante normal. Normalidade que se estende ao circuito com dois potenciómetros (um para tone e outro para volume) e ao hardware, sólido como um cavalo de batalha, com o truss rod em sistema de ajuste hex nut, os afinadores em aço inoxidável e a ponte hardtail e strings-through-body. Mas quando à espessura do corpo se junta um par de humbuckers, então estamos diante de algo assinalável. O par de humbuckers em alnico, os Hot Vintage, são o axioma dos modelos Blacktop.

fender starcaster

Com um look deslumbrante, um headstock arrasador, e um som bastante “neutro”, esta guitarra pode ser tirada da caixa para um concerto funk, mas a sua personalidade dá-nos bastante margem para moldá-la a outras sonoridades.
Vinda da golden age do disco sound, a Starcaster está optimizada para um som limpo. De facto, o seu corpo e braço em maple dão-lhe uma sonoridade bastante flat. Aliás, apesar de ser uma hollow, o corpo não é muito afectado por ressonâncias harmónicas excessivas. Também por esse motivo a Starcaster não tem muito low-end e se isso a limita num setup padrão, também pode ser uma vantagem em alguns cenários de afinação mais baixa, pois a guitarra não irá apresentar muitos overtones graves (e isso aumenta-lhe a versatilidade), por outro lado o seu som seco não lhe dá muito sustain, mas consegue ter um decay preciso e sem sujidade.

fender troy van leeuwen jazzmaster

Failure, A Perfect Circle, Queens of the Stone Age, Eagles of Death Metal ou Puscifer, esta Jazzmaster de Troy Van Leeuwen é a soma de todo esse som.
Primeiro, os looks. As fotografias não fazem, nem de perto, justiça ao charme do acabamento Oxblood desta guitarra (e o contraste com os potenciómetros brancos). É deslumbrante! O corpo é em alder (amieiro), com braço de perfil “C” em maple (acer, bordo). A escala possui uma grande particularidade, em vez de “colada” é em bound rosewood (palissandro). Possui 25.5” de extensão, com um raio de 7.25” e 21 trastes de estilo vintage. A sonorizá-la surge um par de single-coil American Vintage ’65 Single-Coil Jazzmaster. As combinações de comutação são três (ponte; ponte e braço; braço) mais duas, no switch superior controla-se o corpo sonoro que o Master Volume e Master Tone estarão a definir: Rhythm Tone ou Lead Tone. A ponte é uma Mustang, combinada com um sistema tailpiece Jazzmaster.

fender johnny marr jaguar

O modelo Fender Johnny Marr Jaguar, a que chamamos “Jagmarr”, é um instrumento super completo e tão versátil quanto o guitarrista que o assina.
Num corpo em alder [amieiro], destaca-se a ostentação dos single-coils (na ponte e braço) Bare Knuckle Johnny Marr, cuja fiação tem lugar na Custom Shop da marca. O braço, em maple [acer, bordo], é inspirado numa Jag de ’65, posse de Marr, com escala em rosewood [palissandro] de 22 trastes tipo vintagenum raio de 7.25’’ e um comprimento de 24’’. O truss-rod é tipo vintage.nO hardware conta com um comutador de 4-posições que, por ordem, seleccionam o pickup de ponte; ponte e braço em paralelo; braço; ponte e braço em série (humbucking). Além disso, os dois comutadores no painel superior ainda permitem controlar o tipo de brilho da primeira configuração do Master Switch (pickup de ponte) e quarta (pickups de ponte e braço em série). A ponte é Jaguar, os saddles são Mustang, mas surge alterada com uma aplicação em nylon, para impedir a flutuação da barra de tremolo tão típica nos modelos Jag.

fender hss shawbucker

Curiosamente, a Shawbucker foi criada em parceria com um nome que se tornou lendário na Gibson. Na década de 80,Tim Shaw foi o engenheiro cujos humbuckers ressuscitaram a glória dos modelos ES-335. Na altura, dizia-se mesmo que eram mesmo os modelos de som vintage mais próximos da excelência da marca nos anos 60.
Umas décadas depois e Tim Shaw é um dos directores Fender e a sua recente criação juntou dois dos grandes vultos da história da guitarra eléctrica: Leo Fender, e o seu design Strat, e o próprio Tim Shaw e os seus novos humbuckers. Como manda a tradição Strat, o corpo é em alder. Depois, ao contrário de outros reissues recentes, esta guitarra possui características menos tradicionais. O braço é em maple com um perfil “C” moderno, a largura do nut é 1.685”, e a escala (25 1/2”) é em rosewood com um raio de 9.5”, preenchida por 22 trastes médio/jumbo. A ponte vibrato é sincronizada em dois pontos, com saddles em aço retorcido. Os potenciómetros são Master Volume e dois Tone (um partilhado pelos pickups de ponte e meio e um para o pickup de braço). Um switch de cinco posições permite combinar o Shawbucker (o humbucker de ponte) e os single-coil Custom Shop Fat ’50s.

fender-blues-deluxe-reissue

Haverá alguém que se queixa das reedições que a Fender tem feito de modelos de outra era? Aqui na AS não, muito menos quando isso significa que podemos tocar em 40 watts de potência do som que erigiu a marca.
Se gostaram da reedição do Hot Rod Deluxe, este modelo é ainda mais quente. Na verdade, o Blues Deluxe Reissue é uma actualização dos Fender Tweed do início da década de noventa, mas com o circuito a respeitar mais o timbre clássico da marca que a contemporaneidade que a Fender tentou sugerir nessa altura. 40 watts de potência valvulada por 3 x 12AX7 e 2 x 6L6, com rectificação solid-state. Dois canais (Vintage e Drive), com potenciómetros independentes de Gain e Volume, no canal Drive; já no canal Vintage há um switch (Bright) que serve como um boost de médios. O amp inclui efeito Reverb; fx loop; footswich para accionar o canal Drive e o Reverb. No painel temos os controlos de Presence, Reverb, Master, Middle, Bass, Treble, Drive Select Switch, Drive, Volume, Bright Switch, Standby Switch. A caixa é open back.

fender-ramparte

O Ramparte é um combo valvulado super badass da Fender Pawn Shop. Elegante, este amplificador não é só looks.
É um amplificador de circuito simples, tipo boutique. Sem EQs, sem nada. Possui um par de válvulas 12AX7 na secção de pré-amp e uma válvula 6L6 na secção de power. Os 9 watts são berrados através de uma coluna específica da marca para o pequeno combo, a 12’’ Special Design Ramparte Speaker, com uma impedância de 8 ohms, que pode ser desligada para o amp ser ligado a uma coluna maior. Possui dois inputs, o COOL VOLUME e o HOT VOLUME. O potenciómetro do primeiro chega ao 9 e o do segundo, ao gosto dos Spinal Tap, vai até ao 16. Tem o switch de on/off e é tudo o que precisa para fazer rock n’ roll.