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Cavaliers Of Fun, O Mundo a 16-Bit

2015-07-09, Passeio Marítimo de Algés
Nero
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Os anos 60 têm o movimento hippie, os anos 70 têm o triunfo do hard rock, dos amplificadores e da guitarra eléctrica. E os anos 80…

Os 80s continuam a possuir o futuro que desejávamos que se tivesse tornado. Néon, synths, pads (e não falamos apenas de baterias electrónicas, se procurarem bem terão ainda algum blusão ou casaco com os ombros almofadados). Um futuro que era suposto ser de abundância e extravagância, ser uma cavalgada divertida!

Os Cavaliers Of Fun teleportaram-nos “de regresso ao futuro” naquele que foi, sem ondas, o melhor concerto da primeira noite do NOS Alive. Ricardo Coelho foi capaz de transpor a sua pop electrómica e descomprometida com toda a força para o palco Heineken. Beats e pitch shifters, João Pedrosa na bateria e Miguel Nicolau na guitarra, a tornarem orgânicos os arpeggio de sintetizadores (disparados via DAW) do arco da velha. Arranjos batidos como os próprios anos 80, mas por isso mesmo tão intrincados na nossa psique. Nada é novo, mas tudo soa a extravagância chique e a um futuro que já quase não existe.

Com Tiga, ali ao lado, a rebentar o palco Clubbing, e os Alt-J perdidos na imensidão do palco NOS, os Cavaliers Of Fun puseram a cavalgar a diversão aqueles que detectaram os arranjos, tão maquinais quanto de bom gosto, a tempo de ir bater o pé. Batida directa e sólida de Pedrosa, com o punch de uma drum machine e a dinâmica de um replicant, com o preenchimento melódico de Nicolau a envolver de forma sublime os teclados que nos iam fazendo perguntar de não seríamos (e para terminar com mais uma azeiteira referência sci-fi) “andróides a sonhar com carneiros eléctricos”…