Quantcast
Sean Riley & The Slowriders, Clássicos

Sean Riley & The Slowriders, Clássicos

2015-08-29, Reverence Valada
Henrique Mota Lourenço
8
  • 8
  • 8
  • 9
  • 9

A saudade só é boa quando curada de quando em vez. Podia ser uma citação com milhentos anos, mas é tão somente o que nos passa pela cabeça ao rever Afonso Rodrigues e os seus Slowriders a pisar o palco principal de mais um festival.

É certo que não podemos separar o homem da banda (que toca como ninguém), mas há que fazer justiça e atribuir a Afonso Rodrigues o título que lhe é devido; reconheça-se o valor do cancioneiro de aorta aberta que abrilhantou como ninguém o songwriting luso nos últimos quinze anos e que hoje se veste de preto da cabeça aos pés em dia feliz, dia de ressurreição

Vêmo-lo horas antes, de sorriso bem espelhado por tocar com “aqueles sacanas” com andou em tour por toda a parte. Notamos especial ânsia pela estreia de canções que se haviam guardado num baú e que agora vivem pela primeira vez num festival de stoners e amantes da psicadelia. Mas chegado ao palco, tudo passa. Tudo flui como antigamente. E o resultado não podia ser melhor. Em cena, os Slowriders largam a trela e correm desenfreados noite adentro, puxando clássico atrás de clássico (menos Silver, que não calhou) e tomando conta do público que nunca lhe fugiu.

Pelo meio desfila também a habitual cover de Springsteen: “State Trooper” flui em modo War on Drugs entre “Greetings” ou “Harry Rivers” e amansa os ânimos para uma baladeira “Lights Out” de Guild acústica em punho — bonança seguida à tempestade de emoções em noite de lua cheia; despedida bonita de um regresso que chama por mais.

Fotos: Tiago Martins

SETLIST

  • Intro
    Nothing Means Nothing
    Tell Me Why
    Walking You Home
    Buffalo Turnpike
    Harry Rivers
    Houses & Wives
    Got To Go
    This Woman
    Greetings
    B.D.D
    State Trooper
    Lights Out